domingo, 30 de março de 2014

Os lobos

Queria ser que nem a maioria das pessoas,
me contentar com pouco, acreditar em (quase) tudo e todo mundo,
ser menos rancorosa, ter com quem contar.
Queria ter motivos pra continuar, motivos pra viver, pra sorrir, pra se alegrar.
Queria ter ao menos uma chance de ser plenamente feliz,
sem desconfiar que algo de ruim poderia estar por vir,
a qualquer momento.
Algo que me dê prazer por mera banalidade, algo fútil, sem valor.
Queria me contentar com tudo isso.
Tento aprender com minha mãe, mas é difícil.
Tento aprender com os erros, com os "amigos" interesseiros e os outros mesquinhos também.
Tento aprender com meu sofrimento, com as palavras de desalento, com a vida sem graça.
Mas não consigo.
Meu Natal é todo dia, triste e solitário, só com lembranças de dias bons, pessoas inicialmente boas
e que depois de um tempo sentem-se a vontade para mostrar seu lado ruim.
Eu não queria que fosse assim.
Não queria nem ter nascido, minha mãe também não, mas achou uma boa ideia 'cuidar' de alguém.
E me trouxe, para estar só, sempre só, sem mais ninguém.
Quem vem, vem por algum coisa, por algum motivo, e quando percebo, eles se vão.
Não quero nenhum sangue-suga por perto, nunca quis, mas eles sempre aparecem.
Bro
tam de algum lugar, de algum jeito. Eles sempre dão um jeito.
Sempre dão um jeito de se mostrarem bons, pra depois serem ruins.
Eles sempre são ruins.
E se maquiam de bondade para ferir ainda mais meu coração já partido,
por tantas promessas de boas novas, e de bons tempos.
E eu sempre os recebo, na esperança de algo diferente, algo realmente bom,
e acabo me fechando para muitas oportunidades, que sem nenhuma previsão,
podem ser boas ou ruins, mas eu nunca saberei, estarei sempre com medo de tudo e de todos.
Com medo de me machucar novamente, de estar a mercê de quem não me quer bem.
Medo dos lobos, em pele de cordeiro.

domingo, 9 de março de 2014

Dicionário feito por crianças...

...

revela a adultos um mundo que já esqueceram.



Adulto: Pessoa que em toda coisa que fala, fala primeiro dela mesma (Andrés Felipe Bedoya, 8 anos)
Ancião: É um homem que fica sentado o dia todo (Maryluz Arbeláez, 9 anos)
Água: Transparência que se pode tomar (Tatiana Ramírez, 7 anos)
Branco: O branco é uma cor que não pinta (Jonathan Ramírez, 11 anos)
Camponês: um camponês não tem casa, nem dinheiro. Somente seus filhos (Luis Alberto Ortiz, 8 anos)
Céu: De onde sai o dia (Duván Arnulfo Arango, 8 anos)
Colômbia: É uma partida de futebol (Diego Giraldo, 8 anos)
Dinheiro: Coisa de interesse para os outros com a qual se faz amigos e, sem ela, se faz inimigos (Ana María Noreña, 12 anos)
Deus: É o amor com cabelo grande e poderes (Ana Milena Hurtado, 5 anos)
Escuridão: É como o frescor da noite (Ana Cristina Henao, 8 anos)
Guerra:Gente que se mata por um pedaço de terra ou de paz (Juan Carlos Mejía, 11 anos)
Inveja: Atirar pedras nos amigos (Alejandro Tobón, 7 anos)
Igreja: Onde a pessoa vai perdoar Deus (Natalia Bueno, 7 anos)
Lua: É o que nos dá a noite (Leidy Johanna García, 8 anos)
Mãe: Mãe entende e depois vai dormir (Juan Alzate, 6 anos)
Paz: Quando a pessoa se perdoa (Juan Camilo Hurtado, 8 anos)
Sexo: É uma pessoa que se beija em cima da outra (Luisa Pates, 8 anos)
Solidão: Tristeza que dá na pessoa às vezes (Iván Darío López, 10 anos)
Tempo: Coisa que passa para lembrar (Jorge Armando, 8 anos)
Universo: Casa das estrelas (Carlos Gómez, 12 anos)
Violência: Parte ruim da paz (Sara Martínez, 7 anos)