Em meio encalço, em cima ou em baixo da cama, está o que eu não queria ver, está o que eu não queria ser.
Está a amargura da vida, que um dia foi vivida. De um jeito ou de outro, não a quero mais pra mim, não a quero mais em mim.
O que eu quero, é viver, viver de verdade, com toda a intensidade, e prazer que um dia pude ter.
Nada do que eu digo faz algum sentido.
Deixei por muito tempo pessoas dizerem o que devo fazer, o que sou, ou o que posso querer. Minha identidade, meu querer, meu bem querer, se perdeu com a mesma instantaneidade em que chegou pra mim.
Ela pode até querer me manipular agora. Mas não vou deixar. Talvez seja esse o motivo de tanta confusão. Sempre deixei espontaneamente. Quis sim, um dia, não sei bem porque mas quis. E agora não quero mais.